quinta-feira, 22 de abril de 2010

Volto logo.

Boa tarde.
Tenho uma boa e uma má notícia.
A boa é que eu entreguei a minha monografia para a minha orientadora fazer a primeira correção e pelo que ela olhou rapidamente na entrega, as reações foram bastante positivas!
A notícia ruim é que em praticamente todos os outros setores a minha vida está uma zona ou está tudo dando muito errado.
Por este motivo eu estou suspendendo temporariamente as atividades neste blog até a segunda semana de maio, istó é, até depois do meu aniversário.
Por favor, todos vocês (três) que acompanharam as postagens deste blog até agora não o abandonem!!! Eu voltarei, não se preocupem!!! Apenas preciso tirar umas férias.
Obrigado e até breve!


P.S.: Hoje é uma data histórica, perceberam? Não sabem qual é? Que vergonha heim! Procurem no Google!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

98 anos do Naufrágio do Titanic, uma semana do Naufrágio do Rio

Oi, como vai você?
Pois é, eu não morri no apocalipse aquático do Rio de Janeiro. Eu não postei sábado passado por ser relapso mesmo.
Mas na verdade foi pelo contrário, imagine ter que escrever uma monografia em História e um blog de História AO MESMO TEMPO. Não dá muito certo às vezes. Eu ia acabar confundindo as coisas e escrevendo em linguagem não ortodoxa na minha monografia e em linguagem acadêmica aqui. O resultado disto seria ser reprovado e ainda perder todos os meus (três) leitores! Houve outros contratempos também. A casa estava cheia. De GENTE, não de água, pelamordedeus! Então eu não tive como me concentrar direito.
Isso não significa que eu esteja concentrado agora! Eu não estou. Como vocês podem perceber eu estou jogando conversa fora, como muitos professores nas faculdades fazem quando não estão com vontade de dar aula.
Mas vamos ver, o que eu posso falar hoje?
Ou melhor, escrever!
Isso me lembrou uma professora da faculdade. Ela fazia um escândalo quando os alunos escreviam “falar” na prova, ela os humilhava publicamente, afinal, não se fala numa prova, num livro, num papel, ela EXIGIA que você escrevesse “escrever”, por exemplo, você escrevendo na prova, citando um autor:
“Então fulaninho disse/falou que blábláblá” = humilhação pública na frente da classe.
“Então fulaninho escreveu/dissertou que blábláblá” = a professora não vai te humilhar.
Essa é uma das frescuras do mundo acadêmico. Se vocês um dia fizerem redação para concurso fiquem atentos a este detalhe!
Mas onde eu estava mesmo?
Ah é! Um assunto.
Bem, eu pensei em falar, perdão, perdão, perdão!!!! ESCREVER, um pouco sobre a história dos grandes transatlânticos, mas então depois eu pensei em escrever sobre naufrágios, e depois eu pensei ainda em escrever sobre coisa alguma, e ficar só enrolando, jogando conversa fora.
Acho que eu vou fazer um pouco de tudo.
Minha solução para este tipo de dilema sempre foi tentar conciliar tudo. Historicamente falando, por exemplo, quando duas correntes ou teorias assumiam posturas divergentes, minha postura sempre foi conciliá-las e dar um jeito de fazer com que houvesse um caminho que fosse a união entre ambas.
Complicado?
Eu acho divertido.
Eu tenho este espírito conciliador, sabe.
Bem, eu não estou ESCREVENDO sobre o que eu prometi... ok...
Aqueles que me conhecem bem sabem que uma das minhas grandes taras é Titanic. Não só o filme, eu estou me referindo ao próprio navio, o malfadado. Eu sou absolutamente louco pelo Titanic. Bem, hoje, dia 14 de Abril, precisamente às 23:45, farão 98 anos desde que o Titanic se chocou com um iceberg no Atlântico Norte e afundou.
Eu não sei se vocês repararam, mas eu e o meu blog não estamos no mesmo fuso-horário. Então quando eu publicar isto provavelmente o marcador não vai colocar no dia 14 de Abril, mas acreditem em mim, eu estou escrevendo isto no dia 14 e são extamente 23:30, o que significa que faltam quinze minutos pro Titanic afundar.
Bem o que eu posso dizer sobre este assunto? Eu disse dizer? Perdão, ESCR.... ah vá pra puta que te pariu, professora *insira o nome da professora à qual eu me refiro aqui*!!!
Bem, enfim, eu poderia dizer muitas coisas, afinal eu sou uma enciclopédia ambulante sobre Titanic, mais até do que sou sobre Roma Antiga (será que alguém aqui já jogou o joguinho do Titanic? O Adventure out of Time? Ah esse jogo é ótimo, você anda pelos corredores e conveses do Titanic, em tamanho real! É simplesmente fantástico e perfeitamente reproduzido!). Mas então, o que eu pretendo é apenas satisfazer a mim mesmo prestando uma rápida homenagem ao meu navio dos sonhos.
É impossível falar sobre o Titanic sem se referir ao contexto ao qual ele pertenceu. O Titanic é de uma era que já não existe mais, ele é coisa do passado, de uma sociedade que já se transformou muito.
Pra lá de 1912 a aviação ainda não existia em escala comercial, portanto absolutamente TUDO que você desejasse transportar a longa distância só poderia ir de duas formas: de trem ou de navio. Se você quisesse mandar algo da Europa para a América obviamente você não o faria de trem. Esta foi a era de ouro dos grandes Transatlânticos, que acabou com a popularização dos transportes aéreos, a partir dos anos 50 e só vimos ressurgir recentemente, nos anos 90 e 2000 com o boom das viagens de cruzeiro e a revitalização da frota transatlântica da centenária companhia inglesa Cunard, dona de transatlânticos como o Queen Mary 2 e o Queen Elizabeth 2.
Mas a grande diferença entre os transatlânticos e cruzeiros de hoje para os daquela época é que hoje o transporte de passageiros em navios é utilizado quase que exclusivamente como uma forma de lazer (excluindo, é claro, as grandes barcas, como as do Mar Báltico). Naquela épica, em fins do século XIX e inícios do XX o transatlântico era a única opção de transporte intercontinental existente (a menos que você quisesse dividir espaço com ratos no porão de um cargueiro). Os navios eram então um meio de transporte como os aviões são hoje. Eles não eram utilizados para passeios turísticos.
Porém, da mesma forma que existem assentos de primeira classe no aviões de hoje em dia, naquela época os passageiros ricos exigiam luxo e conforto para suas viagens.
Ora, imagine só, aquela cadeira apertada e desconfortável de classe econômica. Todo bem! Se você for para a Europa ou os EUA você só vai ficar ali naquele desconforto por umas oito a dez horas, onze no máximo. Imagine ficar assim por cinco dias ou UMA SEMANA.
Era este o tempo que levava uma viagem transatlântica, de Southampton, na Inglaterra, até Nova York, por exemplo.
As companhias transatlânticas competiam entre si não só para ver quem fazia o navio mais rápido e cruzava o Atlântico em menos tempo como também para ver quem fazia isto tudo em mais alto estilo. O navio mais rápido merecia a honra de ganhar a Fita Azul (Blue Ribbon), um prêmio que seria análogo ao reconhecimento de um navio como o mais rápido do mundo pelo Guinness Book.
Os navios da companhia britânica Cunard eram praticamente all concur no quesito velocidade e nenhuma outra companhia conseguia superá-los: na prática os navios da Cunard concorriam entre si pela a Fita Azul. Embora uma ou outra vez um navio de outra companhia conseguisse a façanha de superar um navio da Cunard, isto não era comum, e logo depois a Cunard pegava o recorde de volta pra ela.
A companhia que construiu o Titanic, a White Star Line, não agüentava mais ser a segunda da lista. A White Star bolou então uma estratégia ambiciosa: venceria a Cunard pelo luxo. A idéia era: o que os navios da Cunard têm de rápidos os da White Star vão ter em luxo e ostentação absolutos. E isto significava dar o máximo de conforto possível até mesmo para as classes inferiores. A terceira classe dos navios da White Star era a mais confortável e disputada dos oceanos e a segunda classe destes navios tinha os mesmos padrões de luxo das primeiras classes das outras companhias. Então você tem que imaginar como seria a primeira classe!
Não precisa imaginar. Eu tenho certeza que você viu o filme Titanic do James Cameron. A reconstituição do filme do Titanic é PERFEITA. Para você ter uma idéia, eles contrataram as mesmas empresas de carpintaria e decoração que fizeram os móveis do Titanic de verdade e usaram as plantas e os projetos de decoração originais do navio: lustres de cristal, escadarias de carvalho fino com revestimentos de folhas de ouro, uma cúpula de vidro e cristal que fornecia luz natural para a escadaria, elevadores (raríssimos na época), academia de ginástica e quadras de esporte (isso é banal nos navios de hoje, mas na época era super-exótico!), banhos turcos e piscina, dois restaurantes de luxo e três cafés em estilo parisiense, camarotes com lareira, sala de estar, suite, mordomo particular, uma biblioteca completa com salão de leitura, enfim, tudo que a nobreza britânica e o altíssimo empresariado americano podiam pagar.
Foi justamente com o Titanic que a White Star concretizou seu devaneio. Na verdade com o irmão dele, mais velho, o Olympic. O Titanic foi um navio produzido em série: três modelos foram construídos ao mesmo tempo, é o que chamamos de navios gêmeos, eles eram, em ordem de construção: o Olympic, o Titanic e o Britannic.
Sim, os navios da White Star sempre terminavam com “ic”. Sempre.
Como vocês viram, o Titanic era o irmão do meio.
A série Olympic, como ficou conhecido este trio, era uma série que era a vanguarda tecnológica em alguns sentidos, mas era antiquada em outros. Ela era vanguarda no sentido de ter sido pioneira no uso de telégrafo para comunicação entre outras embarcações e com a terra e também, o que chamou mais atenção na época, foram os primeiros navios a disponibilizarem este serviço telegráfico ao uso dos passageiros. A série Olympic também foi a primeira a colocar piscinas a bordo de um navio e foi pioneira no sistema de segurança de compartimentos estanques (que no entanto, como sabemos, se mostraram inúteis com o Titanic). Aqueles eram navios considerados tão modernos em segurança e comunicação que foram chamados de inafundáveis.
Mas eles foram antiquados num quesito muito importante. Seu sistema de propulsão e máquinas utilizava um modelo ultrapassado de maquinaria a vapor. Se o Olympic conseguiu a façanha de roubar a Fita Azul da Cunard, já na geração seguinte de navios ele estava completamente obsoleto. Os navios sobreviventes da classe, o Olympic e o Britannic, logo se tornaram elefantes brancos obsoletos, principalmente depois que os sistemas de caldeiras dos navios começaram a ser substituídos de vapor para o diesel.
O Britannic não enfrentou o estigma de casco de aço obsoleto por muito tempo: já na Primeira Guerra Mundial ele foi torpedeado e afundado por um submarino alemão no Mar Mediterrâneo, enquanto servia como navio hospital. O Olympic, no entanto, teve um fim bem menos glorioso e trágico que seus irmãos: já em 1935, ele era tão obsoleto e redundante que foi vendido pro ferro-velho e desmontado. Foi uma vida relativamente curta para um transatlântico.
Mas curta mesma foi a vida do Titanic. Ele durou alguns dias, tendo afundado na sua viagem inaugural. A tragédia do Titanic foi agravada pelo fato de ter havido uma greve de carvoeiros bem na época que o Titanic estava com sua primeira viagem marcada. O Titanic era o único navio totalmente abastecido, ele teve a sorte (ou o azar) de ter conseguido carvão antes da greve, então enquanto todos os navios estavam parados ele estava pronto para partir. O resultado: dezenas de pessoas com viagens marcadas para outros navios tiveram suas passagens remarcadas para o Titanic. “Que sorte!” disseram eles quando viram que fariam suas viagens na data certa; “FFFFFFFFFFFFF!” disseram quando viram uma parede de gelo vindo em sua direção... e olha que o Titanic teve a sorte de não estar lotado, mesmo com essa história da greve.
Bem, o resto da História vocês conhecem, todo mundo conhece, e se você é da época do filme, com eu sou, vai se lembrar da nostalgia que era Titanic e de como todo mundo só falava naquilo. Botes salva-vidas insuficientes, água gelada, enfim, mais de 1500 pessoas morreram e só 700 sobreviveram. Os mortos eram quase todos da terceira e segunda classes e da tripulação.
E bem, com certeza eu posto mais coisa sobre Titanic qualquer dia. Tipo aquela discussão interminável de “quem teve a culpa? O capitão? O cara que mandou aumentar a velocidade? Os caras que não ouviram o alerta de gelo? Blá blá blá”. Só para terminar então, vocês querem saber como terminou a White Star Line?
Bem, ela não exatamente terminou. Ela foi comprada depois de ter muito prejú. Advinha quem comprou a White Star? Isso mesmo, a Cunard. Então se hoje você quiser embarcar num navio da mesma empresa que construiu o Titanic é só reservar uma passagem no Queen Mary 2.
Me chama, viu?
Até mais e se você não viu o filme saiba que o Jack morre no final.
Tchauzinho!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Este Blog não é meu!

Oi, caros (3) leitores!
Tenho tido dias muito difíceis... vamos logo com isso!
Está meio difícil postar hoje, sabe como é né? Meio de feriado, família em casa... e além disto amanha é a minha colação (simbólica), e minha monografia não tem progredido como eu esperava. Enfim, está tudo meio Tenso.
Bem, ontem foi dia 1º de Abril, por isto resolvi escrever um pouco sobre mentiras.
Não, eu não vou contar mentiras. Pelo menos não de propósito... Eu pretendo falar um pouco sobre mentiras na História e dar alguns exemplos de mentiras sensacionais, que mudaram o curso da História.
Uma boa parte da História é política. Se você leu o meu último post vai se lembrar da escola dos anais e de como ela detestava a História políticas. Mas é inevitável. Apesar dos aspectos culturais, das tradições, da tecnologia e de tudo o mais, a História ainda é muito guiada por políticas e decisões políticas. E o que isto significa? Bem, significa mentira, é óbvio!
Existe uma coisa que não mudou na política desde que ela surgiu, no tempos antigos, até os dias de hoje, e esta coisa é a mentira e a manipulação. Aliás, a mentira é instrumento fundamental da manipulação. E todos os governos, dos piores aos melhores, foram e são obrigados a usar de mentiras e segredos.
Algumas mentiras, é claro, são maiores que outras. Eu não estou interessado em pequenas mentirinhas políticas, mas sim nas GRANDES mentiras da História da Humanidade. Seria muito difícil fazer uma lista das dez maiores mentiras da História, até porque muitas das mentiras podem nunca ter sido descobertas até hoje, porque na Hsitória, meu amigo, a mentira não necessariamente tem perna curta! As mentiras da História são reproduzidas, espalhadas e as vezes impostas, elas são homeopaticamente inseridas na sociedade de tal forma que, a longo prazo, algumas delas acabam se tornando verdades científicas.
Bem, eis uma rápida lista de algumas GRANDES mentiras históricas, em diversos períodos do nosso tempo:

Mentira #1: “E Moisés?”
Esta mentira tem a ver com o livro bíblico do Êxodo. Ela é a seguinte mentira: “Os hebreus foram escravos no Egito na época da XVIII e XIX dinastia”.
Bem, é claro que isto virou verdade científica: as pessoas só ouvem um lado da história: o da Bíblia!
Os egípcios não eram uma sociedade escravista. A escravidão só se ampliou no Egito no período helenístico, isto é, a partir do século IV a.C., quase mil anos depois da época em que teria vivido Moisés.
Não existe qualquer vestígio ou registro egípcio sobre a presença de escravos hebreus nos séculos XIII e XII a.C. Muito menos existe vestígios de que grandes catástrofes assolaram o Egito na época de Ramsés II, muito pelo contrário, o reinado de Ramsés II é conhecido por ter sido o mais próspero da História egípcia, o auge daquela civilização. É complicado que as evidências arqueológicas e Históricas apontem para a prosperidade deste reinado e a Bíblia afirme que pragas e catástrofes foram impostas sobre o Egito nesta mesma época.
Além disto, a principal forma de trabalho no Egito era o campesinato livre e a servidão. Havia um sistema de trabalhos compulsórios semelhante à corvéia medieval: no Egito antigo não havia dinheiro, não havia moeda, a economia era baseada na troca de produtos, ou escambo, e os impostos eram pagos em trabalho: trabalho nas terras do Faraó ou na construção de monumentos numa determinada época do ano (geralmente durante as cheias do Nilo). Foi assim que os templos e as pirâmides foram construídas: por trabalhadores livres, que pagavam seus impostos com trabalho numa época do ano nas terras do faraó ou na construção de um templo ou tumba e então depois disto retornavam para suas casas para cuidar de suas colheitas pessoais. Os trabalhadores ganhavam trigo, cevada e roupas para fazer estes trabalhos e tinham uma série de direitos, como o de folga por motivos de doença ou do parto da mulher. Algumas pessoas (idiotas) vem que eles só ganhavam comia e roupa e dizem, anacronicamente, que se tratava de escravidão. Além de anacrônico, isto demonstra uma total falta de conhecimento sobre as sociedades antigas, principalmente uma sociedade como o Egito, onde trabalhar para o Faraó era considerado uma honra.
No Egito daquela época também não havia o principio de nacionalidade. Se você estava em território egípcio, você era servo do faraó. Pronto!
O que deve ter acontecido é que os hebreus, que eram então um povo nômade, entrou no Egito como pastores de ovelhas e se instalaram em algumas terras. Ora, é claro que o faraó exigiu que eles participassem dos trabalhos que TODOS os egípcios faziam. Para um egípcio comum, aquilo era uma obrigação, um dever e uma honra. Para um estrangeiro como os hebreus, era escravidão. Ora, meu amigo, no Egito, faça como os egípcios. Mas não foi o que os hebreus fizeram e a versão deles da história, difamando os egípcios, se tornou vencedora.

Mentira #2: “Hello mr. Pagan! Merry fucking Christmas!”
A nossa segunda mentira vem com a marca registrada da Igreja tardo-antiga e medieval, a atual Igreja Católica. Antes que eu ofenda qualquer possível leitor católico, é bom lembrar que a Igreja daquela época não tem absolutamente nada a ver com a Igreja Católica atual. Suas políticas e doutrinas eram muito diferentes. Mas muitas coisas também permaneceram. E algumas destas coisas eram mentiras deslavadas, e os próprios católicos sabem disso, mas não se importam, afinal não ofende ninguém. Pelo menos não hoje em dia. Este combo de mentiras começou no Concílio de Nicéia, no século VI, uma das primeiras grandes reuniões realizadas para estruturas a Igreja e suas doutrinas, dogmas e festividades. Na verdade o que o Concílio de Nicéia fez foi bolar mentiras muito bem feitas para sufocar o paganismo. Eles não estavam exatamente preocupados com Jesus e os evangelhos, na verdade eles estavam preocupados com o que era perigoso para a Igreja nas Escrituras sagradas e decidiram o que deveria e o que não deveria estar na Bíblia. Todas as coisas que eles acharam que não eram interessantes para a política da Igreja foram deixadas de lado e escondidas. Hoje em dia essas cenas excluídas da Bíblia são conhecidas como escrituras ou evangelhos apócrifos, dentre estas escrituras as mais famosas são os evangelhos de Maria Madalena, Pedro e Judas e os pergaminhos do Mar Morto.
Mas a mentira mais interessante destas reuniões estruturadoras da Igreja foram os feriados, o Natal, por exemplo. Eu adoro Natal. Mas o Natal é uma das maiores mentiras da História. Na Roma Antiga, as ultimas semanas de Dezembro faziam parte de um ciclo de festivais super-populares em homenagem aos deuses Saturno, Mitra e Sol Invictus. Havia outras festas em homenagem a outros deuses também. As pessoas costumavam chamar o ciclo de Saturnálias. Era uma época de festa, quando as pessoas ceavam e trocavam presentes. Bem, mesmo depois que o Império Romano se converteu ao cristianismo as pessoas continuaram realizando estas festas em homenagem a deuses pagãos, porque elas eram REALMENTE muito divertidas. Acabar com aquilo seria como acabar com o carnaval carioca. Ora, a decisão da Igreja foi simples, o feriado do Natal foi imposto sobre as festividades pagãs, portanto as pessoas poderiam continuar festejando, porém não mais em homenagem aos deuses, mas sim em homenagem ao aniversario de Jesus. E quando é o aniversario de Jesus de verdade? Sei lá! Foda-se! Eles não estavam preocupados com isso! Eles estavam preocupados em erradicar o paganismo e todos os seus traços e a maneira mais eficiente disto era transformando os ritos e feriados pagãos mais fortes em ritos e feriados cristãos.
Ninguém sabe ao certo quando Jesus nasceu, não sabem nem o ano direito! A maioria dos historiadores de Jesus Histórico acha que foi em março, em algum ano entre 7 a.C e 7d.C. Mas não existe nada muito concreto a respeito...
Mas então, hoje é 25 de dezembro? Não é aniversário de Jesus, mas faz de conta que é e esquece esse tal de Saturno e Mitra... Foi assim que o Natal foi parar nesta época do ano.

Vamos avançar mais para perto da nossa época:

Mentira #3: “Campos de concentrraçon? Eu não saberrr de nenhuma campo concentrraçon?”
Esta é uma mentira muito perigosa! Faz parte de uma corrente pseudo-científica e pseudo-histórica chamada “Revisionismo”. Em resumo o “Revisionismo” prega que o Holocausto (o massacre de 6 milhões de judeus na II Guerra Mundial) nunca aconteceu e que ele foi uma invenção, uma teoria da conspiração, elaborada pelo sionismo internacional, ou seja, os judeus.
Discutir com esta gente é como discutir com ativista comunista da zona sul: você pode mostrar foto de campo de concentração, foto e vídeo de valas comuns com milhares de corpos, fornos de incineração de cadáveres, não importa! Eles não vão acreditar em você! Estes neo-nazis de merda tem o anti-semitismo deles acima de qualquer coisa e qualquer evidência que você apresentar para eles de que os nazistas realmente mataram uma porrada de judeus vai ser considerada uma conspiração, um truque sujo.
Esta mentira não é uma simples tendência de um grupinho isolado. Governos como o do Irã seguem a linhagem revisionista. Eles querem que a mentira deles se torne cientifica para o mundo todo, exatamente como o regime nazista conseguiu fazer na Alemanha, onde, por incrível que pareça, pouquíssima gente daquela época admite que tinha algum conhecimento sobre o que acontecia nos campos de concentração. É...Eles provavelmente achavam que eram colônias de férias...

Mentira #4: “Pearl Harbor sucks!”
Esta é uma das minhas teorias da conspiração favoritas: “O ataque japonês a Pearl Harbor foi planejado pelo próprio governo americano”.
Não tem pra ninguém! O governo dos Estados Unidos da América é o campeão mundial das teorias da conspiração, das mentiras e dos “top secrets” da vida. E eu estou dizendo isto sem ser comunista viu!
Segundo esta teoria, o ataque a Pearl Harbor foi uma grande armação. Os EUA estavam loucos para entrar na guerra, mas não tinham nenhuma desculpa para fazer isso. Um dia, toda a frota americana do Pacífico se reuniu em Pearl Harbor, no Havaí, sem nenhum motivo especial. A frota do Pacífico INTEIRA, no ÚNICO território americano ao alcance dos aviões e porta-aviões japoneses. Era uma tentação grande demais para os nossos amigos japinhas: ou era muita sorte deles ou uma grande estupidez dos americanos. Ou as duas coisas! Na verdade, é bem provável que Pearl Harbor tenha sido a maior e mais cruel isca da História da Humanidade! Depois que os japoneses atacaram, os americanos puderam declarar guerra a eles, e, como os japoneses tinham uma aliança com a Itália e a Alemanha, os EUA tiveram que declarar guerra a Hitler e Mussolini também. Puxa! Que chato!
Mas você vai me dizer que a teoria tem um furo: por que os americanos colocariam em risco todos os seus navios de guerra se eles queriam justamente entrar em guerra?
BEM... boa pergunta. O fato é que a frota do Pacífico estava fora de linha, eram navios antigos que já estavam sendo substituídos. Uma nova frota já estava sendo construída na costa oeste. Que coincidência, não?

Mentira #5: “We’re gonna kick your ass, and take your nukes, Saddam!”
Essa todos vocês conhecem: “Saddam Husseim tem armas de destruição em massa”. A maior cascata do século XXI so far...
O que o presidente Bush fez é típico de políticos que buscam desesperadamente por popularidade. Desde os tempos antigos, quando um político queria ascender na carreira ou ganhar popularidade de maneira rápida ele arranjava uma guerra. De preferência uma guerra grandiosa, mas fácil de vencer. Os romanos adoravam fazer isso, e todo mundo fez por séculos! O sr. Bush estava com o cu na mão por causa dos atentados de 11/09 e a queda vertiginosa de sua popularidade depois dos americanos terem invadido o Afeganistão sem conseguir capturar o titio Osama.
Mas o Bush não podia simplesmente entregar o parça dele, Osama. Ao invés disso ele resolveu jogar a culpa para um bode espiatório, um velho e caquético ditador islâmico chamado Saddam Husseim. A teoria é a seguinte: “eu vou invadir o Iraque e vai ser bem fácil porque aquele lugar é uma merda e eu sou a América. As pessoas vão me aclamar porque eu me livrei do novo inimigo numero um da América e eu vou recuperar a minha popularidade! E ainda vou conseguir petróleo, muito petróleo, nesta historia!”
O Bush inventou uma ameaça que não existia no Iraque e começou seu plano. Os americanos tem até um nome pra isso: eles dividem as guerras em dois tipos, as guerras populares, que são aquelas que mobilizam o país por uma causa nobre, e as guerras presidenciais, que são feitas para beneficiar a política pessoal de um presidente. O Iraque foi uma típica guerra presidencial. Só que o Bush quebrou a cara, porque , ao contrario do que ele tinha imaginado, os iraquianos não eram moleques... E neste caso, onde a mentira teve perna curta, todos acabaram descobrindo a grande farsa que eram as armas de destruição em massa do Iraque. No final das contas o que foi maciçamente destruído foi a popularidade do governo Bush...


Enfim, na História todo dia é primeiro de abril. O povo geralmente só se mobiliza se for através de uma mentira muito bem contada.
Como dizia um grande mentiroso:

“As massas sucumbirão mais facilmente a uma grande mentira que a uma pequena”

Quem descobrir o autor desta frase ganha um brinde!
Coloquem suas sugestões nos comentários.
A resposta do Arthur não vale!
Obrigado e feliz Páscoa. Se você ainda acreditar em feriados religiosos depois deste post!