Oi, caros (3) leitores!
Tenho tido dias muito difíceis... vamos logo com isso!
Está meio difícil postar hoje, sabe como é né? Meio de feriado, família em casa... e além disto amanha é a minha colação (simbólica), e minha monografia não tem progredido como eu esperava. Enfim, está tudo meio Tenso.
Bem, ontem foi dia 1º de Abril, por isto resolvi escrever um pouco sobre mentiras.
Não, eu não vou contar mentiras. Pelo menos não de propósito... Eu pretendo falar um pouco sobre mentiras na História e dar alguns exemplos de mentiras sensacionais, que mudaram o curso da História.
Uma boa parte da História é política. Se você leu o meu último post vai se lembrar da escola dos anais e de como ela detestava a História políticas. Mas é inevitável. Apesar dos aspectos culturais, das tradições, da tecnologia e de tudo o mais, a História ainda é muito guiada por políticas e decisões políticas. E o que isto significa? Bem, significa mentira, é óbvio!
Existe uma coisa que não mudou na política desde que ela surgiu, no tempos antigos, até os dias de hoje, e esta coisa é a mentira e a manipulação. Aliás, a mentira é instrumento fundamental da manipulação. E todos os governos, dos piores aos melhores, foram e são obrigados a usar de mentiras e segredos.
Algumas mentiras, é claro, são maiores que outras. Eu não estou interessado em pequenas mentirinhas políticas, mas sim nas GRANDES mentiras da História da Humanidade. Seria muito difícil fazer uma lista das dez maiores mentiras da História, até porque muitas das mentiras podem nunca ter sido descobertas até hoje, porque na Hsitória, meu amigo, a mentira não necessariamente tem perna curta! As mentiras da História são reproduzidas, espalhadas e as vezes impostas, elas são homeopaticamente inseridas na sociedade de tal forma que, a longo prazo, algumas delas acabam se tornando verdades científicas.
Bem, eis uma rápida lista de algumas GRANDES mentiras históricas, em diversos períodos do nosso tempo:
Mentira #1: “E Moisés?”
Esta mentira tem a ver com o livro bíblico do Êxodo. Ela é a seguinte mentira: “Os hebreus foram escravos no Egito na época da XVIII e XIX dinastia”.
Bem, é claro que isto virou verdade científica: as pessoas só ouvem um lado da história: o da Bíblia!
Os egípcios não eram uma sociedade escravista. A escravidão só se ampliou no Egito no período helenístico, isto é, a partir do século IV a.C., quase mil anos depois da época em que teria vivido Moisés.
Não existe qualquer vestígio ou registro egípcio sobre a presença de escravos hebreus nos séculos XIII e XII a.C. Muito menos existe vestígios de que grandes catástrofes assolaram o Egito na época de Ramsés II, muito pelo contrário, o reinado de Ramsés II é conhecido por ter sido o mais próspero da História egípcia, o auge daquela civilização. É complicado que as evidências arqueológicas e Históricas apontem para a prosperidade deste reinado e a Bíblia afirme que pragas e catástrofes foram impostas sobre o Egito nesta mesma época.
Além disto, a principal forma de trabalho no Egito era o campesinato livre e a servidão. Havia um sistema de trabalhos compulsórios semelhante à corvéia medieval: no Egito antigo não havia dinheiro, não havia moeda, a economia era baseada na troca de produtos, ou escambo, e os impostos eram pagos em trabalho: trabalho nas terras do Faraó ou na construção de monumentos numa determinada época do ano (geralmente durante as cheias do Nilo). Foi assim que os templos e as pirâmides foram construídas: por trabalhadores livres, que pagavam seus impostos com trabalho numa época do ano nas terras do faraó ou na construção de um templo ou tumba e então depois disto retornavam para suas casas para cuidar de suas colheitas pessoais. Os trabalhadores ganhavam trigo, cevada e roupas para fazer estes trabalhos e tinham uma série de direitos, como o de folga por motivos de doença ou do parto da mulher. Algumas pessoas (idiotas) vem que eles só ganhavam comia e roupa e dizem, anacronicamente, que se tratava de escravidão. Além de anacrônico, isto demonstra uma total falta de conhecimento sobre as sociedades antigas, principalmente uma sociedade como o Egito, onde trabalhar para o Faraó era considerado uma honra.
No Egito daquela época também não havia o principio de nacionalidade. Se você estava em território egípcio, você era servo do faraó. Pronto!
O que deve ter acontecido é que os hebreus, que eram então um povo nômade, entrou no Egito como pastores de ovelhas e se instalaram em algumas terras. Ora, é claro que o faraó exigiu que eles participassem dos trabalhos que TODOS os egípcios faziam. Para um egípcio comum, aquilo era uma obrigação, um dever e uma honra. Para um estrangeiro como os hebreus, era escravidão. Ora, meu amigo, no Egito, faça como os egípcios. Mas não foi o que os hebreus fizeram e a versão deles da história, difamando os egípcios, se tornou vencedora.
Mentira #2: “Hello mr. Pagan! Merry fucking Christmas!”
A nossa segunda mentira vem com a marca registrada da Igreja tardo-antiga e medieval, a atual Igreja Católica. Antes que eu ofenda qualquer possível leitor católico, é bom lembrar que a Igreja daquela época não tem absolutamente nada a ver com a Igreja Católica atual. Suas políticas e doutrinas eram muito diferentes. Mas muitas coisas também permaneceram. E algumas destas coisas eram mentiras deslavadas, e os próprios católicos sabem disso, mas não se importam, afinal não ofende ninguém. Pelo menos não hoje em dia. Este combo de mentiras começou no Concílio de Nicéia, no século VI, uma das primeiras grandes reuniões realizadas para estruturas a Igreja e suas doutrinas, dogmas e festividades. Na verdade o que o Concílio de Nicéia fez foi bolar mentiras muito bem feitas para sufocar o paganismo. Eles não estavam exatamente preocupados com Jesus e os evangelhos, na verdade eles estavam preocupados com o que era perigoso para a Igreja nas Escrituras sagradas e decidiram o que deveria e o que não deveria estar na Bíblia. Todas as coisas que eles acharam que não eram interessantes para a política da Igreja foram deixadas de lado e escondidas. Hoje em dia essas cenas excluídas da Bíblia são conhecidas como escrituras ou evangelhos apócrifos, dentre estas escrituras as mais famosas são os evangelhos de Maria Madalena, Pedro e Judas e os pergaminhos do Mar Morto.
Mas a mentira mais interessante destas reuniões estruturadoras da Igreja foram os feriados, o Natal, por exemplo. Eu adoro Natal. Mas o Natal é uma das maiores mentiras da História. Na Roma Antiga, as ultimas semanas de Dezembro faziam parte de um ciclo de festivais super-populares em homenagem aos deuses Saturno, Mitra e Sol Invictus. Havia outras festas em homenagem a outros deuses também. As pessoas costumavam chamar o ciclo de Saturnálias. Era uma época de festa, quando as pessoas ceavam e trocavam presentes. Bem, mesmo depois que o Império Romano se converteu ao cristianismo as pessoas continuaram realizando estas festas em homenagem a deuses pagãos, porque elas eram REALMENTE muito divertidas. Acabar com aquilo seria como acabar com o carnaval carioca. Ora, a decisão da Igreja foi simples, o feriado do Natal foi imposto sobre as festividades pagãs, portanto as pessoas poderiam continuar festejando, porém não mais em homenagem aos deuses, mas sim em homenagem ao aniversario de Jesus. E quando é o aniversario de Jesus de verdade? Sei lá! Foda-se! Eles não estavam preocupados com isso! Eles estavam preocupados em erradicar o paganismo e todos os seus traços e a maneira mais eficiente disto era transformando os ritos e feriados pagãos mais fortes em ritos e feriados cristãos.
Ninguém sabe ao certo quando Jesus nasceu, não sabem nem o ano direito! A maioria dos historiadores de Jesus Histórico acha que foi em março, em algum ano entre 7 a.C e 7d.C. Mas não existe nada muito concreto a respeito...
Mas então, hoje é 25 de dezembro? Não é aniversário de Jesus, mas faz de conta que é e esquece esse tal de Saturno e Mitra... Foi assim que o Natal foi parar nesta época do ano.
Vamos avançar mais para perto da nossa época:
Mentira #3: “Campos de concentrraçon? Eu não saberrr de nenhuma campo concentrraçon?”
Esta é uma mentira muito perigosa! Faz parte de uma corrente pseudo-científica e pseudo-histórica chamada “Revisionismo”. Em resumo o “Revisionismo” prega que o Holocausto (o massacre de 6 milhões de judeus na II Guerra Mundial) nunca aconteceu e que ele foi uma invenção, uma teoria da conspiração, elaborada pelo sionismo internacional, ou seja, os judeus.
Discutir com esta gente é como discutir com ativista comunista da zona sul: você pode mostrar foto de campo de concentração, foto e vídeo de valas comuns com milhares de corpos, fornos de incineração de cadáveres, não importa! Eles não vão acreditar em você! Estes neo-nazis de merda tem o anti-semitismo deles acima de qualquer coisa e qualquer evidência que você apresentar para eles de que os nazistas realmente mataram uma porrada de judeus vai ser considerada uma conspiração, um truque sujo.
Esta mentira não é uma simples tendência de um grupinho isolado. Governos como o do Irã seguem a linhagem revisionista. Eles querem que a mentira deles se torne cientifica para o mundo todo, exatamente como o regime nazista conseguiu fazer na Alemanha, onde, por incrível que pareça, pouquíssima gente daquela época admite que tinha algum conhecimento sobre o que acontecia nos campos de concentração. É...Eles provavelmente achavam que eram colônias de férias...
Mentira #4: “Pearl Harbor sucks!”
Esta é uma das minhas teorias da conspiração favoritas: “O ataque japonês a Pearl Harbor foi planejado pelo próprio governo americano”.
Não tem pra ninguém! O governo dos Estados Unidos da América é o campeão mundial das teorias da conspiração, das mentiras e dos “top secrets” da vida. E eu estou dizendo isto sem ser comunista viu!
Segundo esta teoria, o ataque a Pearl Harbor foi uma grande armação. Os EUA estavam loucos para entrar na guerra, mas não tinham nenhuma desculpa para fazer isso. Um dia, toda a frota americana do Pacífico se reuniu em Pearl Harbor, no Havaí, sem nenhum motivo especial. A frota do Pacífico INTEIRA, no ÚNICO território americano ao alcance dos aviões e porta-aviões japoneses. Era uma tentação grande demais para os nossos amigos japinhas: ou era muita sorte deles ou uma grande estupidez dos americanos. Ou as duas coisas! Na verdade, é bem provável que Pearl Harbor tenha sido a maior e mais cruel isca da História da Humanidade! Depois que os japoneses atacaram, os americanos puderam declarar guerra a eles, e, como os japoneses tinham uma aliança com a Itália e a Alemanha, os EUA tiveram que declarar guerra a Hitler e Mussolini também. Puxa! Que chato!
Mas você vai me dizer que a teoria tem um furo: por que os americanos colocariam em risco todos os seus navios de guerra se eles queriam justamente entrar em guerra?
BEM... boa pergunta. O fato é que a frota do Pacífico estava fora de linha, eram navios antigos que já estavam sendo substituídos. Uma nova frota já estava sendo construída na costa oeste. Que coincidência, não?
Mentira #5: “We’re gonna kick your ass, and take your nukes, Saddam!”
Essa todos vocês conhecem: “Saddam Husseim tem armas de destruição em massa”. A maior cascata do século XXI so far...
O que o presidente Bush fez é típico de políticos que buscam desesperadamente por popularidade. Desde os tempos antigos, quando um político queria ascender na carreira ou ganhar popularidade de maneira rápida ele arranjava uma guerra. De preferência uma guerra grandiosa, mas fácil de vencer. Os romanos adoravam fazer isso, e todo mundo fez por séculos! O sr. Bush estava com o cu na mão por causa dos atentados de 11/09 e a queda vertiginosa de sua popularidade depois dos americanos terem invadido o Afeganistão sem conseguir capturar o titio Osama.
Mas o Bush não podia simplesmente entregar o parça dele, Osama. Ao invés disso ele resolveu jogar a culpa para um bode espiatório, um velho e caquético ditador islâmico chamado Saddam Husseim. A teoria é a seguinte: “eu vou invadir o Iraque e vai ser bem fácil porque aquele lugar é uma merda e eu sou a América. As pessoas vão me aclamar porque eu me livrei do novo inimigo numero um da América e eu vou recuperar a minha popularidade! E ainda vou conseguir petróleo, muito petróleo, nesta historia!”
O Bush inventou uma ameaça que não existia no Iraque e começou seu plano. Os americanos tem até um nome pra isso: eles dividem as guerras em dois tipos, as guerras populares, que são aquelas que mobilizam o país por uma causa nobre, e as guerras presidenciais, que são feitas para beneficiar a política pessoal de um presidente. O Iraque foi uma típica guerra presidencial. Só que o Bush quebrou a cara, porque , ao contrario do que ele tinha imaginado, os iraquianos não eram moleques... E neste caso, onde a mentira teve perna curta, todos acabaram descobrindo a grande farsa que eram as armas de destruição em massa do Iraque. No final das contas o que foi maciçamente destruído foi a popularidade do governo Bush...
Enfim, na História todo dia é primeiro de abril. O povo geralmente só se mobiliza se for através de uma mentira muito bem contada.
Como dizia um grande mentiroso:
“As massas sucumbirão mais facilmente a uma grande mentira que a uma pequena”
Quem descobrir o autor desta frase ganha um brinde!
Coloquem suas sugestões nos comentários.
A resposta do Arthur não vale!
Obrigado e feliz Páscoa. Se você ainda acreditar em feriados religiosos depois deste post!
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Foi o adolfo meu amigo!
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