sábado, 13 de março de 2010

Oi... ... ... você vem sempre aqui?

Oi, gente! Estou de volta, e como prometido vou fazer um post sobre... o que era mesmo? Ah é! SEXO!
Na verdade não é bem sobre sexo não, eu falei isso só pra chamar atenção de vocês. Mas tem a ver sim, indiretamente.
Antes disso deixa eu contar uma historinha. Eu ando muito ocupado e estressado com monografia e outros problemas (é, vocês sabem disso! Não vou me alongar no assunto, não se preocupem!) e ao mesmo tempo vinha me sentindo um tanto... ... ... solitário. (cof cof!) Bem, mas como eu não tenho tempo pra sair e como eu moro num lugar quase tão isolado quanto a Ilha de Lost, eu não tenho como procurar uma solução para isso de forma tradicional, isto é, saindo pra “night”, conhecendo pessoas por aí, etc.
Não tenho?
Espere aí, o que você considera “típico” ou “tradicional” para o século XXI??!! Foi o que me perguntou uma amiga minha esses dias e fez com que eu abrisse meus olhos para uma solução extremamente prática e cada vez mais comum no nosso tempo e quando eu me lancei a isto eu percebi a quantidade enorme de pessoas que faz a mesmíssima coisa! Eu estou me referindo a sites de namoro e relacionamentos.
Hoje em dia parece que está mais difícil arranjar um relacionamento, pelo menos para pessoas como eu que não são tão bem apresentáveis de acordo com os padrões estúpidos, perdão, estéticos vigentes e que preferem coisas sérias em detrimento a relacionamentos ocasionais, superficiais ou as vulgas “ficadas”. Por isto estes sites acabam sendo uma boa, pelo menos são divertidos e dá para conhecer muita gente sem precisar sair de casa, coisa que eu realmente não tenho podido fazer.
Bem, claro que, como eu sou extremamente nerd/geek, eu pensei: “kraaa eu preciso fazer uma análise histórico-casual deste processo!!!!”
É por isto que eu estou aqui!
Mas antes eu vou traduzir o que isto significa: significa que eu vou buscar apresentar alguns casos isolados dentro da história ocidental em longo prazo que mostrem diferentes formas de “cortejo” e “cantadas”, enfim, processos para se conseguir um relacionamento estável ou casamento. Este post vai ficar um pouco diferente do que eu tinha imaginado porque eu pretendia apresentar também o cortejo e casamento celta, mas eu não entendo muito bem do assunto e pedi ajuda a um amigo. Assim que ele me mandar material sobre o assunto (por que, assim como eu, ele é muito chegado nessas histórias de sacanagem! Tão chegado que fez disso a pesquisa central dele!) eu posto alguma coisa exclusiva a respeito!
Bem, fazendo um resumo deste resumo que eu fiz, o que eu pretendo é o seguinte: mostrar o quão difícil, ou fácil, seria para você conseguir uma namorada numa outra época específica! Eu vou supor que você, meu leitor, é do sexo masculino, isto porque, de forma geral ao longo da história e até hoje, são os homens que costumam tomar a iniciativa (é machismo meu falar isso, minhas possíveis leitoras? Bem, se é vocês podem me provar o contrário agora chegando em mim!!! XDDDD ... não? ... bem, então eu estou CERTO =D).
Vou pegar alguns casos, até porque eu não posso analisar todas as épocas e todas as sociedades. Vou pegar então alguns dos casos e sociedades mais interessantes, para não ficar muito longo. Lembre-se que o que eu vou apresentar são modelos ideais, não significa que TODO mundo se arranjava assim na época, assim como hoje em dia não é tudo mundo que se arranja na “night” ou na Internet!
Bem, vamos fazer isto cronologicamente:
A primeira sociedade que eu escolhi foi o Antigo Egito. Quão difícil seria para você conseguir uma namorada no Egito dos Faraós? Bem, eu tenho uma boa e uma má notícia para você! A boa é que não seria difícil at all, você provavelmente já nasceria casado!!! A má notícia é que esta namorada/esposa provavelmente seria sua IRMÃ ou sua PRIMA!

Leitor #1: EEEEEWWWWWWWW!!!
Leitor #2: Legal º¬º

É, é isso aí. A sociedade egípcia não possuía qualquer noção de incesto. Pelo contrário, eles acreditavam que as coisas deveriam ser feitas todas em família, portanto não tem pretendente melhor que a sua própria irmã ou sua priminha: pense bem, vocês já se conhecem, sempre se conheceram, têm intimidade desde pequenos!
Entre a realeza então isto era quase que obrigatório, pois era uma forma de manter o poder na família: o faraó que casa com sua própria irmã não vai ter uma família extra babando pelo poder e não vai misturar seu sangue divino com o sangue de plebeus (não se esqueça que o faraó era considerado um deus encarnado!). O próprio faraó Tutankhamon (o famoso Tut) muito provavelmente foi casado com sua irmã, Ankheseneamun (não, ela não era a namorada do Ihmotep!) e até Cleópatra foi casada com o seu irmão (por sinal, quando eles se casaram ela tinha 13 anos e ele 4!).
Os biólogos de plantão provavelmente ficarão horrorizados com esta prática, pois ela vai contra tudo que seria ideal, geneticamente falando: o incesto a longo prazo pode gerar sérios problemas de diversidade genética, tornando os filhos destas relações bem mais frágeis e susceptíveis a doenças e coisas do tipo. Bem eu não entendo nada de genética então não sei o que dizer sobre o assunto, mas acho que agora eu entendo porque os egípcios acreditavam em deuses com cara de bicho!

Avançando uns mil anos no tempo, lá pros séculos VI e V a.C., na Grécia, vamos ver uma forma de azaração bem mais interessante. A Grécia era dividida em milhares de pequenas cidades-estado independentes, então apesar de todas elas acreditarem nos mesmos deuses e falassem o mesmo idioma, algumas tinham costumes beeem diferentes entre si. Dentre as póleis gregas a que me chama mais atenção é provavelmente a que mais chama atenção de vocês também: SPAAAAAAAARTAAAAAAAAAAAAA!!!!!
Em Esparta você tinha que ser muito macho para conseguir uma garota! E as garotas tinham que ser tão paranóicas com suas aparências como as nossas modelos atuais são com as delas caso quisessem arranjar um garoto!
Na época do ano que os espartanos consideravam a melho para a procriação (antes que vocês perguntem, eu não sei qual é) havia uma grande cerimônia na cidade. Na verdade era mais um ritual mesmo. Começava assim e bem cedo: os homens da cidade toda se reuniam nas ruas e na Ágora (a praça principal da cidade), eles achavam lugares para assistir a uma parada que aconteceria nas ruas, os rapazes solteiros tinham prioridade para se instalar, porque eles precisariam ter as vistas mais privilegiadas: a parada era feita especialmente para eles!
E como era esta parada? Era o seguinte: as mulheres da cidade se reuniam todas num local especial para deixar as meninas solteiras bem bonitas para que elas desfilassem pelas ruas da cidade. Nuas.
Imagine só: em Esparta, um rapaz era tirado do conforto do seu lar aos 7 anos de idade e ficava mais de 10 anos na Agogé, o treinamento militar, no qual eles viviam fora da cidade, nos campos de treinamento, apenas entre eles. Aham. Isto significa o que você está pensando. Eles passavam a adolescência TODA sem ver a cara de uma mulher. Então um belo dia eles voltavam para a cidade e assistiam a um desfile de todas as jovens solteiras espartanas nuas e fazendo gracinhas pra eles.
O que acontecia depois? Bem, não seja tão apressadinho, seu pervertido! Não acontecia nada. As senhoritas voltavam para suas casas e o rapazes voltavam para fora da cidade.

AHHHH EH SOH ISSO???????

Não, não, não é só isso, seus tarados! Olha só o que acontecia depois: as meninas iam realmente para casa e os rapazes se reuniam fora da cidade. Durante o desfile eles deveriam escolher a garota que mais lhe agradara, então lá do lado de fora eles debatiam para dividir as garotas entre eles e se entendiam caso alguém tivesse escolhido a mesma (se entendiam = caiam na porrada). Uma vez tudo acertado, e cada espartanozinho pronto e cheio de testosterona, cada um com uma garota na cabeça, eles se preparavam para a guerra. A noite caía, as moças iam para suas camas tranqüilamente para ter seus sonos de beleza e os rapazes entravam em ação: eles pulavam os muros da cidade na surdina, se esgueiravam pelos becos e ruas (ninguém podia vê-los!!) e iam em direção às casas de suas pretendentes. Uma vez lá eles pulavam o muro, entravam pela janela dos quartos de suas garotas, as domavam, amordaçavam, amarravam e a seqüestravam! O rapaz então levava a moça pra fora da cidade e a possuíam no mato!

LEITORA: AAAI Q HORROR!!! Q COISA NOJENTA, MACHISTA ASQUEROZA!!!
LEITOR # 1: Q DESRRESPEITO E SELVAGERIA!!!
LEITOR # 2: TRUUUUUUUUUUE!!!
LEITOR # 3: *flap flap flap flap*

Pois é, eu não vou julgar o comportamento dos espartanos: em História isto não se faz, é uma questão de cultura! Mas o que acontecia era o seguinte: depois desta noite tórrida de BDSM os jovens estavam oficialmente casados. Não havia cerimônia de casamento nem nada disso, AQUELA era a cerimônia. E se você está pensando que isto era uma coisa horrível, que uma dama deve ser tratada com respeito, que seqüestro é abominável e que os estupradores deveriam ser castrados, bem, eu devo dizer que concordo com você. HOJE EM DIA. Porque em Esparta não era assim. Pelo contrário: uma garota que não fosse seqüestrada e possuída naquela noite provavelmente se sentiria a pior garota de Esparta! Porque isto significaria que nenhum rapaz a teria escolhido. Pense bem.
O seqüestro e o estupro eram um ritual, era uma fantasia, como um fetiche erótico. Mas para eles era um ritual extremamente importante! Significava que o garoto virava homem ao demonstrar sua virilidade e suas habilidades de escaramuça e significava que as meninas viravam mulheres, pois seus corpos já eram capazes de atrair a atenção de um rapaz.
É muito mais profundo do que parece!

LEITORA: EH MACHISTA E NOJENTO!!!

Tá bom, tá bom! ... ... ... Mas não é interessante?? Heim, heim??

Enfim... deixando Esparta de lado e avançando um pouco mais no tempo, vamos para a minha civilização favorita: Roma!
Os romanos tinham qualidades que muita gente consideraria defeito, mas que para mim são qualidades extraordinárias: frieza extrema e praticidade. São as mesmas qualidades que eu aprecio no povo que eu mais admiro hoje em dia: os Britânicos. Os romanos eram os britânicos da época e não os americanos, como todo mundo gosta de imaginar (não se esqueça que foi a Inglaterra e não os EUA que tiveram o maior Império da História!). Como você cortejaria uma garota ou arranjaria um casamento na Roma Antiga? Resposta: você não o faria. Isto absolutamente NÃO é da sua conta! Ora vejam só! Uma pessoa escolhendo com quem vai se casar? Que ABSURDO! Deixe que o seu pai faça isto para você!
Em Roma o casamento era um contrato. Muita gente diria que hoje também é, mas lá ERA um contrato. Um contrato como de duas empresas. Um negócio. Arranjar um casamento era falar de negócios. Os pais de família iam ao Fórum se encontrar, eles falavam sobre seus negócios, sobre seus comércios, sobre suas alianças políticas, sobre seus lotes de terra e decidiam com quem era melhor fechar um acordo. Uma vez decido eles chegavam um pro outro e falavam: “Ótimo fazer negócios com você! Porque não casamos nossos filhos para consolidar nossa ““““amizade”””””. E então eles organizavam um banquete, que era tipo um jantar de negócios e apresentavam seus filhos e diziam “Ò, cês vão casar viu” ao que eles respondiam “Ah é? Tudo bem. Me passa o sal?”. E os pombinhos casavam!

MASSS E AI??? E SE OS NEOGSIOS NAUM FOSEM BEM OU O CASAU NAUM SE SUPOTRACE???

Se os negócios não fossem bem e o casal não se suportasse era muito simples: divórcio.
Ah sim, os romanos conheciam muito bem o divórcio e não tinha problema nenhum. O casal se divorciava e os pais procuravam outros parceiros para fazer negócios! O Fórum é um lugar cheio de oportunidades! $$$
Da mesma forma que eles conheciam o divórcio eles conheciam todas as categorias de casamento que nós temos hoje: divisão total de bens, divisão parcial de bens e comunhão de bens! Tudo, absolutamente TUDO era um negócio a ser tratado, discutido e fechado! E se ele não interessasse mais, desfeito!
Ahh... bons tempos!
Claro que uns 500 anos depois TUDO mudou, com a Idade Média. E foi estabelecido um padrão que vigorou até bem recentemente. O cristianismo mudou muito o mundo e as noções de casamento dos antigos perderam completamente o sentido diante da nova forma ideal de relacionamento: casar-se virgem, diante de Deus e nunca mais se separar, porque o que Deus une o homem não separa.
Sim, apesar de os medievais nunca terem visto este tal de Deus eles achavam que Ele estava sempre presente e se cagavam de medo disso! Assim como muita gente se caga hoje ainda!
Então, assim como na Igreja Universal, tudo era pecado e tudo era o Demo, inclusive, ÓBVIAMENTE, o sexo. A Idade Média era mais ou menos assim: imagine que a única religião do seu país é a Igreja Universal ou a Igreja Internacional da Graça de Deus e que era LEI você seguir e freqüentar esta religião. Era isso.
Então as coisas funcionavam deste jeito: se um rapaz gostava de uma garota ele ia até o papai da menina e a pedia em casamento a ele! Exatamente como nas novelas de época da Globo. Se o papai aceitasse, eles se casavam e viviam felizes (ou não) para sempre, o que na Idade Média significava uns 20 anos ou menos.
Acho que é por isso que eles inventaram esta história de que você tem que casar e nunca se separar: pense bem, eles não precisavam se aturar muito tempo, só o suficiente até a peste negra descobrir o endereço deles.
Agora imagine que você é um rapaz medieval extremamente apaixonado por uma donzela e vai à casa de sua família, feliz e contente, pedir a mão desta donzela em casamento ao seu papai. Você chega lá e o papai da donzela lhe diz um belo NÃO, saca a espada e tenta te castrar! O que você faz? Bem, se o pai não quer isto quer dizer que está tudo acabado, não é? -___-
NÃO!
Não, meu pobre coração apaixonado! Nem tudo era trevas na Idade das Trevas! Você tem uma solução para o seu problema!

TEHNO???? EBAAA!!!!

Sim! Fugir!
Acho que de alguma forma os medievais herdaram este traço dos espartanos, como eu não sei! Mas se um casal se apaixonava e seus pais não concordavam com a união, tudo que eles precisavam fazer era combinarem de fugir. Eles então fugiam, procuravam um padre e se casavam. Uma vez casados eles precisavam consumar o casamento o mais rápido possível, porque se eles não o fizessem o casamento não era considerado válido.
Depois disto era só voltar para casa e ninguém poderia dizer nem fazer nada a respeito: eles eram marido e mulher diante de Deus, e Deus naquela época era Chuck Norris!
A primeira pessoa na Idade Média a desafiar Chuck Noris nessa história de casamento foi um rei chamado Henrique VIII, mas isto é outra história.

Vocês viram? Cada civilização tem uma forma diferente de lidar com l’amour. Pense bem, como diz o título desta postagem, "você vem sempre aqui?" já foi uma super-cantada nos anos 50/60! Imagine num passado remoto: qualquer coisa já pode ter dado certo!
Agora deixa eu ir porque eu acho que responderam minhas mensagens!!!

Um comentário:

  1. Ahh, muito legal seu jeito de escrever!
    Pow, uma vez eu ouvi uma historia que no Agoge, o homem tbm era inicializado na vida sexual pelo tutor dele ou algo assim o.o é verdade ou lorota isso?

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